CCM – NOTA DE REPÚDIO – ENCERRAMENTO DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNISINOS CONTRA O CONHECIMENTO
A CCM Advogados vem a público manifestar repúdio e preocupação pelo fechamento do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio Dos Sinos (Unisinos).
O PPG encerrado tinha avaliação de excelência – nota 6 CAPES – sendo uma referência histórica para a pesquisa em Comunicação no Brasil.
Demissão em Massa
Além dos professores, outros trabalhadores perderão seus empregos: assessores, monitores, setor administrativo, pessoal responsável pelas publicações – revistas: Fronteiras e Questões Transversais.
Digno de nota é o fato de que a Unisinos vai encerrar outros 11 cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação (PPG).
Princípio da Proibição do Retrocesso
O princípio da proibição do retrocesso impede que, a pretexto de superar dificuldades econômicas, o Estado possa, sem uma contrapartida adequada, revogar ou anular o núcleo essencial dos direitos conquistados pelo povo.
Ainda que o princípio da proibição do retrocesso se aplique para decisões que afetem direitos coletivos consolidados, é notável observar que a educação, sendo direito fundamental (art. 6º e 205, da CF/88), permite uma analogia apropriada.
Numa visão mais ampla, podemos associar o fechamento do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos, como uma violação do princípio de proibição do retrocesso, em que uma instituição de ensino, motivada por avaliações meramente mercadológicas, decide retroceder na busca do conhecimento, o que deveria ser sua atividade essencial.
Já se disse muito a respeito do manifesto retrocesso da decisão da Unisinos, e a CCM apoia toda manifestação que repudia tal decisão.
É muito emblemático que, em época de pós-verdade e fake News, se queira eliminar o raciocínio refinado e a pesquisa competente e significativa, no campo da comunicação social.
A pesquisa em relação às formas como se transmitem os fatos, os pensamentos, as atitudes dos atores sociais, políticos, econômicos e culturais, nunca foi tão relevante.
Instituições de ensino não deveriam pautar suas ações em termos da mais rasa motivação mercadológica.
Há algo de muito equivocado na política educacional de um país, quando não valoriza sua produção científica e seus impactos na sociedade.