O Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, se consolidou como data comemorativa dos esforços da luta do movimento feminista. Não foi instituído a partir de uma única data ou evento – ele é resultado da necessidade de comunicar uma luta ampla que permeou vários setores das sociedades ao longo dos tempos.

A data existe desde 1857, quando um grupo de empregadas de uma indústria têxtil protestou nas ruas de Nova York, nos Estados Unidos, pelas precárias condições de trabalho, e marcaram a história como sendo umas das primeiras manifestações femininas.

No começo, as mulheres reivindicavam por melhores condições de trabalho, direito a educação, voto e matrimônio. A primeira carta pedindo atenção às mazelas femininas foi a “Reivindicação dos Direitos das Mulheres”, escrita por Mary Wollstonecraft, em 1792, uma das pioneiras no movimento feminista.

Meio século depois, em 1848, a Convenção sobre os Direitos da Mulher, em Seneca Falls, nos Estados Unidos, foi o pontapé inicial do movimento sufragista norte-americano. A sufragistas pediam o direito ao voto, dever democrático de todos os cidadãos, mas precisaram esperar até 1920 para conquistar o direito nas mesmas condições que os homens. Dois anos depois, a escrava liberta Sojourner Truth foi a única mulher negra a participar da Primeira Convenção Nacional sobre os Direitos da Mulher e abriu caminho para mulheres afro-americanas participarem do movimento sufragista.

No Reino Unido, as sufragistas só conseguiram o direito ao voto em 1918, quase um século depois de apresentarem a primeira petição de direito ao voto no Parlamento Britânico, em 1832. O movimento tomou corpo em 1866, com uma nova petição assinada por 1500 mulheres, que originaram a Sociedade Nacional para o Sufrágio da Mulher. O primeiro país a permitir que mulheres votassem foi a Nova Zelândia, em 1893.  

“Segundo dados da ONU Mulheres, uma a cada três mulheres sofre algum tipo de violência todos os dias, 830 mulheres morrem diariamente por causas evitáveis relacionadas à gravidez, existe apenas uma mulher a cada quatro parlamentares no mundo e a diferença salarial em empresas, em que homens recebem mais que mulheres que ocupam o mesmo cargo e fazem as mesmas funções, só tende a acabar em 2086”, explica a advogada Renata Porto Chalegre, sócia da Camargo, Catita e Maineri Advogados Associados.

“Diante deste cenário, me orgulha observar que a cada dia vimos mais mulheres desbravando e conquistando seu espaço, ocupando as posições que desejam na sociedade, apesar de todas as dificuldades impostas. Que este crescente movimento se intensifique cada dia mais, e que no nosso caminho, em busca dos nossos objetivos e desejos, encontremos respeito e igualdade, acima de tudo”, complementa Renata.