Perdemos o Dr. Reginald Felker

Lamentamos nós, amigos próximos, que acompanhamos de perto esse modelo ímpar de advogado, que muito nos inspirou, que muito nos orgulhou, que tanto lutou em favor da nossa classe profissional.

Morreu uma liderança natural, que avultava e se impunha, não só pelo seu porte físico, mas especialmente pela consistência de suas ponderações, de seus argumentos e particularmente, a veemência com que os sustentava.

Nos abandona um homem culto, um jurista, um escritor versátil, um professor hábil na arte de ensinar e notadamente, um orador emérito.

Perde demais a classe dos advogados que tinha em Felker um defensor intransigente dos direitos e garantias da profissão, que o levou aos mais altos cargos, inclusive na América Latina, porta voz dos anseios maiores das entidades de advogados laboralistas.

Por fim, o combativo Reginald Felker já está fazendo muita falta por não poder capitanear, como certamente faria, com sua veemência, contundência essa cruzada que agora se apresenta aos operadores do Direito do Trabalho e especialmente à classe obreira, que ele tão bem representou ao longo de décadas.

Neste momento crucial na história deste país, quando se busca solapar direitos, desprestigiar e nulificar a ação da Justiça do Trabalho, baseado num discurso hipócrita que tende a imobilizar a classe trabalhadora, por certo encontraria em Felker um esteio verdadeiramente indomável para se contrapor a essa onda liberalizante que quer destruir os princípios fundamentais que sempre nortearam o Direito do Trabalho e aprofundar ainda mais o fosso entre as camadas mais ricas e os mais necessitados, cada vez mais desprotegidos.

Nosso abraço solidário a querida colega e amiga Bernadete Kurtz, companheira de todas as horas e a seus filhos e netos

Milton Camargo